quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sobre a sua participação

Por Carol Frederico

O que dizer para convencê-los de que vocês estão perdendo a chance? A chance de ser relevante, de olhar adiante e de se posicionar à frente. Como escrever e chamar atenção para a revolução, para a inversão de valores que se aproxima? A democratização, se não da verdade, da opinião. A tão almeja da liberdade de expressão. A exposição do indivíduo, o declínio da corporação. Ser relevante para se tornar referência, ser importante primeiro pelo conteúdo, não pela aparência. Exercer o direito de dever ter uma opinião.

Não sei se vocês repararam no que está acontecendo com os sistemas, os processos e os meios comunicação. O seu emprego no grande jornal, naquele canal de televisão, antes tão importante, que de tão arrogante não se reciclou. Parou. Ficou preso ao "poder” do controle, manipulou a informação. Também roubou a voz de muita gente, fez de muito culpado inocente, calou quem estava com a razão. E você compactua com isso, você presta serviço, faz parte da linha de produção. Você vende sua voz barato, se omite, é submisso, acha que não tem nada com isso, mas empresta o seu tesão, a sua inspiração. Se você deve ser assim ou não? Acho que talvez, mas só dentro da redação. Só que você está tão morto que não participa, que não se interessa, você não se manifesta. Mesmo depois do trabalho, em seu tempo livre, você se intoxica com as mesmas drogas e se recusa a ser o proprietário da sua própria produção. Você faz uso da mais valia, pra não ter a ousadia de ter seu destino nas mãos.

Vai, se arrisca! Cria a sua própria revista, escreva para a sua própria publicação! Você se acha formador de opinião, mas não passa de fabricante de parágrafos, quando poderia ser transmissor de informação. Você não conhece o poder que tem, não entende a sua posição.

Estou escrevendo a minha visão. Estou vendo, estou sentindo, já estou vivendo, está acontecendo, mas não sou dona da razão. Só tenho essa coisa que me atiça, que me move nesta vida: a possibilidade de discussão.

O blog Jornalistas da PUC foi criado antes da Convenção de Blogs da qual participei, mas foi direto ao encontro das idéias que estavam ali, naquele final de semana em Las Vegas. Estou falando de Mídia Social, a imprensa que todos os habitantes deste globo estão fazendo com suas próprias mãos.

Escrevo para implorar que vocês participem, para que entrem blog, escrevam, registrem seu nome, dêem sua opinião. O blog é certamente uma experiência pioneira, que quero transformar em um laboratório, além de uma também chance muito especial de ter acesso ao conhecimento que eu obtive e se colocar pelo menos 10 anos à frente do tempo em que estamos vivendo agora.

Eu tenho grandes projetos, tanto para o site, quanto para cada um de nós. Quero criar uma rede de jornalistas independentes, programa de rádio, televisão. Não pensem que é um sonho impossível, eu tive uma visão. Desde os idos do começo do mundo, o poder se obtinha do controle da informação. Agora, que tudo está exposto, ser jornalista não é ser famoso, mas ter a disciplina e a energia, o olhar, a coragem e a ousadia de sair mundo a fora, usando sua própria visão e desenvolver sua própria opinião. E transmiti-la, publicá-la e assim como Deus, que quando disse, fez da palavra criação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Carol,
Tenho que admitir que o tempo fez com que seu texto ficasse muito bom. Pra falar a verdade, não lembro como era na época da faculdade, mas seu último comentário passava uma emoção bastante grande, pelo menos para mim.
Mas vamos ao que importa. O jornalismo está sim mudando. Vivemos uma época em que qualquer um pode brincar de ser jornalista colocando num site, blog ou algo do tipo seus pensamentos, idéias e notícias. A única coisa que sobrou para nós, jornalistas, foi a credibilidade construída ao longo dos anos e, na maioria dos casos, em grandes veículos de comunicação. Não que eu concorde com a proposta de cada um deles, mas foram eles que permitiram, de certa forma, que nós nos tornássemos o que somos hoje.
Por isso, criticar simplesmente acho qe não é a solução. Acredito sim em mudanças e que elas virão, mais cedo ou mais tarde. Quem estiver preparado antes para essas mudanças vai sair na frente. Sua idéia de uma rede de jornalistas, de fato, não é um sonho impossível, também acredito nela, mas faltam duas coisas. A primeira delas é dinheiro de alguém para bancar a idéia e a segunda é coragem, nossa coragem, para pelo menos sugerir a idéia para quem possa bancar.

Pedro Venceslau disse...

Carol, que grande idéia
E que tal uma festa sobre o nosso ano que não terminou? Anota meu email pedro.venceslau@grupoestado.com.br.
beijos mil.
Serei assíduo leitor.